Deputados na bronca com caos na Saúde e cobram CPI
Parlamentares acusam secretário Gilberto Figueiredo de omissão, estrelismo e desrespeito; conselheiro Antonio Joaquim aponta graves falhas nas contas da pasta
A situação da Saúde pública em Mato Grosso está em rota de colisão não apenas com o Legislativo, mas também com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), que tem identificado sérias falhas na gestão da pasta sob o comando de Gilberto Figueiredo. Durante sessão desta quarta-feira (16), deputados estaduais Janaína Riva (MDB) e Diego Guimarães (Republicanos) não pouparam críticas ao secretário, acusando-o de negligência, omissão e estrelismo, enquanto o conselheiro Antonio Joaquim, relator das contas da saúde no TCE, fez duras ponderações sobre a gestão do setor, apontando falhas graves e recorrentes nas contas e processos da Secretaria Estadual de Saúde (SES).
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Falhas apontadas pelo TCE:
Antonio Joaquim, em auditoria recente, destacou que a gestão da Secretaria de Saúde enfrenta problemas estruturais profundos, como atrasos sistemáticos nos repasses financeiros aos hospitais e uma falta de controle interno, além da morosidade na compra de medicamentos e na contratação de serviços essenciais. Em relatório oficial, o conselheiro apontou que, embora o Governo Estadual tivesse recursos suficientes, o dinheiro não foi direcionado adequadamente para o atendimento das necessidades mais urgentes da população.
"É inadmissível que, com recursos em caixa, as pessoas continuem esperando por atendimento. O sistema de saúde está comprometido por falhas em todas as esferas de gestão", afirmou o conselheiro, que chamou a atenção para o desrespeito às obrigações financeiras, mesmo quando o Estado já dispôs de recursos para manter o sistema de saúde funcionando.
"Estrelismo" e omissão do secretário
As críticas dos deputados ao secretário Gilberto Figueiredo aumentaram no calor do debate. Janaína Riva declarou que a indignação é compartilhada por toda a Assembleia, destacando o caso do ex-prefeito de Confresa, Dr. Iron, baleado e aguardando por uma vaga em UTI, situação só resolvida após decisão judicial. Segundo Riva, o secretário tem se mostrado desinteressado e mais focado em sua imagem política, visto que é suplente do União Brasil e prepara sua campanha para 2026, enquanto a população sofre com a falta de vagas.
"Estamos diante de um secretário que não atende nem telefone. A situação é crítica, e a política está se sobrepondo à gestão da saúde pública. Enquanto isso, o povo morre esperando atendimento", disparou Janaína.
CPI ganha força
Em resposta ao caos na saúde, Diego Guimarães e outros deputados se declararam favoráveis à abertura de uma CPI da Saúde. O parlamentar do Republicanos afirmou que o secretário não só se recusa a atender ligações, como também demonstrou um total desinteresse em solucionar a questão das vagas e da regulação hospitalar.
"São mais de 10 dias tentando falar com o secretário e ele não atende. Isso é um desrespeito com a população e com a Assembleia Legislativa. A CPI é uma medida necessária para investigar as falhas na gestão da saúde e as razões pelas quais os recursos não chegam aos hospitais", afirmou Diego.
Dicas para buscar atendimento
A deputada Valdeniria Dutra (PSB) também fez um apelo à população, orientando que busquem seus direitos na justiça. "Quem estiver aguardando vaga, deve ir até a Defensoria Pública com a cópia do SISREG atualizado, a declaração médica e os exames, já que o Estado não está cumprindo decisões judiciais", orientou a parlamentar.
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